Violência contra médicos cresce no Brasil, aponta CFM

Cerca de nove médicos são vítimas de violência por dia no país

A cada três horas, um médico é vítima de violência enquanto trabalha em um estabelecimento de saúde no Brasil. É o que indica um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), baseado no número de boletins de ocorrência registrados nas delegacias de Polícia Civil do país entre 2013 e 2024.

De acordo com os dados, a quantidade de queixas vem aumentando ano após ano. Até o momento, o recorde foi batido em 2023, mas apenas em 2025 serão conhecidos os números totais de registros de 2024.

Segundo a apuração do Conselho, desde 2013, foram contabilizados 38 mil boletins de ocorrência em que médicos foram vítimas de ameaça, injúria, desacato, lesão corporal, difamação, entre outros crimes, dentro de unidades de saúde, hospitais, consultórios, clínicas, prontos-socorros, laboratórios e outros espaços semelhantes. Desse total, cerca de 47% dos registros foram contra mulheres.

Apenas em 2023 foram 3.981 casos, o maior número da série histórica.

“Isso significa dizer que, em média, apenas no ano passado, foram contabilizados 11 boletins de ocorrência por dia no país por conta de situações de violência contra médicos no local onde atuam. A média é de dois incidentes por hora”, apontou o CFM.

De acordo com os dados levantados pelo órgão, os autores dos atos violentos são, em grande parte, pacientes, familiares dos atendidos e desconhecidos. Há ainda casos minoritários de ameaça, injúria e até lesão corporal cometidos por colegas de trabalho, incluindo enfermeiros, técnicos, servidores e outros profissionais da saúde.

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