Receber a notícia de que o tratamento contra o câncer terminou pode trazer alívio, esperança e também muitas dúvidas sobre o futuro. A fase que se inicia exige novos cuidados, acompanhamento médico e atenção à qualidade de vida. Neste contexto, a pergunta que muitos pacientes se fazem é: “Sobrevivência ao câncer: o que vem depois do tratamento?” Esta matéria traz orientações fundamentais para entender essa etapa, lidar com possíveis efeitos tardios e construir uma rotina mais saudável, segura e equilibrada após a luta contra a doença.
Quem é considerado sobrevivente de câncer?
De acordo com a American Cancer Society, qualquer pessoa diagnosticada com câncer é vista como sobrevivente, independentemente de ainda estar em tratamento, em remissão ou recuperada.
O que é o cuidado pós-tratamento e por que ele é importante?
Tratamentos como cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, terapia hormonal e terapias-alvo podem eliminar o tumor ou prolongar a vida do paciente. No entanto, tanto a doença quanto essas intervenções podem trazer efeitos duradouros, físicos, emocionais, mentais e financeiros.
Por isso, a fase pós-câncer exige um conjunto de estratégias para lidar com desafios dessa nova etapa. O cuidado pós-tratamento é essencial para melhorar a qualidade de vida diária e promover bem‑estar geral.
O que um plano de cuidado ideal deve incluir
- Prevenção e manejo de efeitos colaterais: físicos e psicológicos decorrentes do tratamento.
- Rotina de exames: testes e imagens periódicas para vigilância de recidivas ou detecção de novos cânceres.
- Plano pessoal de hábitos saudáveis:
- Prática regular de atividade física, alimentação equilibrada e manutenção de peso saudável
- Abstinência de substâncias associadas a riscos (álcool, tabaco)
- Sono de qualidade e gestão de estresse (meditação, mindfulness, respiração profunda)
- Valorização de conexões sociais que trazem significado à vida
Questões essenciais para discutir com sua equipe de saúde
- Quem será o responsável pelo acompanhamento pós‑tratamento?
- Como garantir a coordenação entre oncologistas, clínicos, fisioterapeutas e outros especialistas?
- Com que frequência devem ser feitos exames e variações previstas ao longo do tempo?
- Quais testes são recomendados (imagens, marcadores, exames sanguíneos, biópsia líquida etc.)?
- Como se manter atualizado sobre novas recomendações para o seu plano de cuidado?
Como os cuidados variam por tipo de câncer
Os planos de cuidado são adaptados segundo fatores como idade no diagnóstico, estágio e tipo de tumor, além do tratamento recebido. Por exemplo, sobreviventes de câncer infantil, de mama, de próstata ou de pâncreas têm necessidades específicas, que podem incluir:
- Protocolos de rastreamento com base em risco genético, histórico familiar ou efeitos tardios dos tratamentos
- Questões relacionadas à fertilidade e função sexual, especialmente em casos de diagnóstico precoce ou tratamentos que afetam essas áreas
- Monitoramento e suporte para efeitos crônicos, como fadiga, perda auditiva, imunossupressão, problemas cardíacos ou alterações cognitivas
A jornada de quem sobrevive ao câncer não termina com o fim do tratamento, ela se transforma. Cada pessoa vive essa fase de forma única, com desafios e conquistas que vão além da medicina. Cuidar do corpo, da mente e das emoções, manter uma rede de apoio e estar em sintonia com a equipe médica são passos fundamentais para seguir em frente com confiança. Ao compreender o que vem depois, o sobrevivente pode transformar a experiência em um novo capítulo de vida, marcado por mais consciência, autocuidado e propósito.
Fonte: Harvard Health Blog