O Ministério da Saúde anunciou uma nova diretriz para a saúde materna no Brasil: a partir de agora, todas as gestantes serão orientadas a realizar suplementação de cálcio como forma de prevenir a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia. Essas condições, associadas à hipertensão gestacional, representam um dos principais riscos para complicações durante a gravidez, podendo levar a partos prematuros e aumentar a mortalidade materna e fetal.
A iniciativa será incorporada ao pré-natal oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com atenção especial para mulheres de grupos mais vulneráveis, como a população negra e indígena. Estudos recentes mostram que a hipertensão gestacional afeta desproporcionalmente essas mulheres, tornando a suplementação de cálcio uma estratégia essencial para reduzir riscos.
O protocolo prevê que as gestantes façam a ingestão diária de dois comprimidos de carbonato de cálcio de 1.250 mg, garantindo uma absorção mínima de 1.000 mg do mineral por dia. A recomendação deve ser seguida a partir da 12ª semana de gestação e mantida até o parto, proporcionando um aporte adequado de cálcio para o organismo da mãe.
Atualmente, o carbonato de cálcio já está disponível na farmácia básica do SUS. No entanto, a distribuição do suplemento caberá aos estados, municípios e ao Distrito Federal, que precisarão organizar a logística de fornecimento para garantir que todas as gestantes tenham acesso ao tratamento.
Além do cálcio, as gestantes continuarão recebendo ácido fólico e ferro, já prescritos de forma rotineira pelo SUS desde 2005. É importante destacar que esses suplementos devem ser consumidos em momentos distintos do dia, pois o cálcio pode interferir na absorção do ferro.