O Ministério da Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins, está conduzindo uma investigação epidemiológica após a notificação de dois casos suspeitos de sarampo no município de Campos Lindos, localizado no norte do estado. A ação foi iniciada após os pacientes relatarem contato direto com pessoas vindas da Bolívia — país que atualmente enfrenta um surto ativo da doença.
Segundo informações da pasta, assim que os casos foram identificados, equipes técnicas locais foram mobilizadas para a coleta de amostras clínicas dos pacientes, além da realização de bloqueio vacinal nas áreas afetadas e busca ativa de possíveis contatos. Essas medidas visam impedir a disseminação do vírus e garantir a imunização de indivíduos não vacinados que possam ter sido expostos.
As amostras coletadas foram encaminhadas para análise laboratorial, e os casos seguem em investigação. Para fortalecer a resposta local, uma equipe técnica do Ministério da Saúde foi enviada ao município nesta segunda-feira (21) para apoiar os trabalhos de campo, monitorar possíveis cadeias de transmissão e ampliar a cobertura vacinal na região.
Apesar da suspeita, o Brasil mantém, desde novembro de 2024, o certificado de eliminação do sarampo, concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que reconhece a ausência de circulação endêmica do vírus no território nacional. O país havia perdido esse status em 2019, após o retorno da doença, mas retomou o reconhecimento após dois anos sem registros sustentados de transmissão.
Em 2025, o Brasil confirmou cinco casos isolados da doença: dois no estado do Rio de Janeiro, um em São Paulo, um no Rio Grande do Sul e um no Distrito Federal. Todos foram considerados episódios esporádicos, sem evidência de transmissão comunitária.
Enquanto isso, o cenário nas Américas acende um alerta. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), até julho deste ano foram registrados 7.132 casos confirmados de sarampo e 13 mortes no continente. Os países mais afetados incluem o Canadá, com 3.170 casos e um óbito; o México, com 2.597 casos e nove óbitos; e os Estados Unidos, com 1.227 casos e três mortes. A Bolívia, país vizinho ao Brasil, também figura entre as nações com circulação ativa do vírus, o que aumenta o risco de casos importados.
O sarampo é uma doença viral de alta transmissibilidade, transmitida por gotículas respiratórias expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Estudos indicam que uma pessoa infectada pode contaminar até 90% das pessoas suscetíveis ao seu redor. Por isso, a vacinação é considerada a principal medida de prevenção.
A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é indicada para todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos de idade. O esquema vacinal prevê duas doses para crianças (aos 12 e 15 meses), duas doses para jovens até 29 anos e uma dose para adultos entre 30 e 59 anos que ainda não tenham sido vacinados.
Em resposta à suspeita no Tocantins, o Ministério da Saúde reforçou o envio de doses extras da vacina. Em 2025, já foram distribuídas mais de 10 mil doses para o estado. A pasta também garantiu que o estoque nacional está abastecido e preparado para atender de forma imediata a possíveis surtos em qualquer região do país.
As autoridades de saúde reforçam a importância da imunização completa e atualizada como forma de proteção individual e coletiva, especialmente em um momento em que o vírus circula ativamente em países vizinhos. A investigação dos casos em Campos Lindos continua em andamento, e novas atualizações devem ser divulgadas assim que os resultados laboratoriais forem concluídos.
Fonte: Ministério da Saúde.
