Inédito: mulher vive com rim de porco por mais de dois meses sem rejeição

Órgão passou por alterações genéticas para aumentar sua compatibilidade com o corpo humano

Uma mulher de 53 anos entrou para a história ao se tornar a primeira pessoa a viver por mais de dois meses com um rim de porco geneticamente modificado. Towana Looney, que enfrentava insuficiência renal e dependia da hemodiálise há anos, recebeu o órgão em novembro de 2024, por meio de um transplante realizado pela equipe do NYU Langone Transplant Institute, nos Estados Unidos. Desde a cirurgia, seu organismo tem respondido bem, sem sinais de rejeição, e o rim funciona normalmente.

A paciente aguardava há muito tempo por um doador compatível, mas, diante da escassez de órgãos, os médicos optaram pelo xenotransplante — técnica que envolve a transferência de órgãos entre espécies. O rim utilizado no procedimento passou por dez alterações genéticas para aumentar sua compatibilidade com o corpo humano, incluindo a remoção de substâncias que poderiam desencadear rejeição e a adição de genes humanos para favorecer a adaptação do órgão.

Esse avanço traz uma nova perspectiva para milhares de pessoas que esperam por um transplante. No Brasil, por exemplo, mais de 40 mil pacientes estão na fila por um rim. Como a oferta de órgãos não é suficiente para atender à demanda, o uso de órgãos de animais modificados surge como uma alternativa promissora.

Apesar do sucesso inicial, especialistas ainda monitoram a evolução do caso, pois não há certeza sobre a durabilidade do órgão no corpo humano. Caso surjam complicações, Towana poderá voltar a depender da hemodiálise. Mesmo assim, a experiência representa um marco para a medicina e abre caminho para novas possibilidades no tratamento da insuficiência renal.

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