Oran Knowlson, de 13 anos, se tornou o primeiro paciente com epilepsia grave no mundo a testar um dispositivo no crânio para controlar convulsões. A cirurgia foi realizada, em outubro de 2023, no Great Ormond Street Hospital, em Londres, como parte de um tratamento experimental. O neuroestimulador, que envia sinais elétricos a uma área profunda do cérebro, reduziu em 80% os episódios diurnos do menino.
Desde os três anos de idade, o adolescente tem a síndrome de Lennox-Gastaut, uma forma de epilepsia relativamente rara, responsável por aproximadamente 6% a 7% das crianças com a doença intratável.
Oran faz parte do projeto CADET, que realiza uma série de experimentos que avaliam a segurança e eficácia da estimulação cerebral profunda para epilepsia grave. A parceria envolve o Great Ormond Street Hospital, a University College London (UCL), o King’s College Hospital e a Universidade de Oxford.
As convulsões da epilepsia são causadas por surtos anormais de atividade elétrica no cérebro. O neurotransmissor inserido no crânio de Oran emite um pulso de corrente constante, com o objetivo de bloquear ou interromper esses sinais.
A estimulação cerebral profunda já foi testada para epilepsia infantil, mas até o momento os dispositivos eram colocados no peito, com fios que subiam até o cérebro.
O menino teve um mês para se recuperar da cirurgia antes do neuroestimulador ser ativado, sendo que ele pode carregá-lo com um fone sem fio.
Para a continuidade da pesquisa, serão implantados neuroestimuladores cerebrais profundos em mais três crianças diagnosticadas com síndrome de Lennox-Gastaut.