Professora de Biologia na Universidade de Brasília (UnB), Márcia Mortari descobriu um câncer de mama há cinco anos. Desde então, ela tomou como uma missão pessoal descobrir uma forma de tratar tumores. E foi estudando o veneno de marimbondo da espécie Chartergellus communis que ela e sua equipe chegaram às suas propriedades antitumorais.
Em laboratório, foi constatado que a substância tem a capacidade de destruir células de câncer de mama e melanoma. Mortari explica que já havia estudado veneno de vespa e lido estudos sobre a propriedade antitumoral desta substância em abelhas, porém, o marimbondo ainda não havia sido pesquisado.
“O marimbondo tem um veneno que é um coquetel de compostos, com várias funções. Serve para proteger o ninho, para paralisar presas, para atacar”, detalha a professora.
A proteína chartergellus-CP1 encontrada no veneno conseguiu destruir as células tumorais de dois subtipos: o HR+ e o triplo negativo, que é um dos mais difíceis de serem tratados. Mortari e sua equipe estão em contato com farmacêuticas para fazer rodadas de testes.