Segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, os casos prováveis de dengue no inverno deste ano estão 157% maiores do que no mesmo período de 2023. A alta nos números de 2024 é atribuída, pelos especialistas, a fatores como as mudanças climáticas. Um inverno com noites mais frias e dias mais quentes também favorece a proliferação do Aedes aegypti.
As semanas epidemiológicas de 25 a 30 e as datas de 16 de junho a 27 de julho apresentaram 191.819 casos. Já o mesmo período do ano passado registrou 74.576 casos prováveis entre as datas de 18 de junho a 29 de julho. Hoje, o país registra 6.430.659 casos prováveis de dengue e 4.897 óbitos confirmados da doença em todo o país no ano de 2024. No último ano, foram contabilizados 1.649.144 casos prováveis e 1.179 mortes ao longo dos 12 meses.
Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio Libanês, explica que os casos surgem como uma curva e caem proporcionalmente.
“Ainda temos pessoas infectadas e um alto número do próprio mosquito porque não conseguimos controlar os focos para controle epidemiológico no verão”, diz a infectologista.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de casos de dengue no Brasil está em queda consecutiva e sustentada há 14 semanas.
Esse aumento de casos de dengue em 2024 também foi registrado em países vizinhos ao Brasil, como Argentina, Paraguai e Peru, assim como o sudeste asiático, devido ao seu clima tropical.
Os especialistas são unânimes quanto aos cuidados para a prevenção da doença: o inverno é o melhor momento para eliminar os focos residuais da dengue.