Pesquisadores conseguiram um marco inédito na biologia e na medicina: filmaram, em detalhes, o momento exato em que o coração começa a se formar em embriões. O estudo, publicado na revista Nature, pode revolucionar o entendimento sobre malformações cardíacas congênitas e abrir caminho para novos tratamentos.
Utilizando tecnologias avançadas de imagem e microscopia de alta resolução, a equipe acompanhou o desenvolvimento de embriões de peixe-zebra (modelo comum em pesquisas por sua transparência e semelhança genética com humanos).
Eles identificaram que as primeiras células cardíacas se organizam em uma estrutura tubular antes de iniciar os batimentos rítmicos, processo que ocorre em estágios surpreendentemente precisos.
Cerca de 1% dos bebês nascidos vivos têm defeitos cardíacos congênitos, muitas vezes ligados a falhas nessa fase inicial. Com as novas imagens, os cientistas esperam:
- Entender melhor as causas de problemas como sopros e válvulas malformadas.
- Desenvolver intervenções precoces, ainda na gestação.
- Avançar na medicina regenerativa, como a criação de tecidos cardíacos em laboratório.
Os pesquisadores planejam repetir o estudo com embriões de mamíferos, incluindo humanos (em estágios iniciais, dentro de normas éticas). O objetivo é criar um “mapa 4D” do desenvolvimento cardíaco, combinando imagens e dados genéticos.
