Além de trazerem benefícios para o coração, os pulmões e o controle do peso, os exercícios aeróbicos podem desempenhar um papel importante na prevenção do Alzheimer, é o que aponta um estudo publicado na última quinta-feira (16/01).
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostrou que a prática regular de atividades aeróbicas reduz significativamente marcadores associados ao desenvolvimento do Alzheimer. Os achados foram divulgados na revista científica Brain Research e oferecem novas perspectivas para o combate à doença.
Por meio de experimentos com roedores, os pesquisadores analisaram o impacto dos exercícios aeróbicos no hipocampo, área cerebral fundamental para a memória e o aprendizado. Foram avaliados três marcadores-chave do Alzheimer: as placas amiloides, os emaranhados da proteína tau e o acúmulo de ferro em células produtoras de mielina (oligodendrócitos).
Os resultados foram promissores. Os animais submetidos ao programa de exercícios apresentaram:
- Redução expressiva dos marcadores da doença, incluindo uma diminuição de 76% nas placas amiloides, 63% nos emaranhados de tau e 58% no acúmulo de ferro.
- Melhora a saúde das células cerebrais, com aumento da presença de oligodendrócitos protetores.
- Menor taxa de morte celular e redução da inflamação no cérebro em até 68%.
- Restauração da comunicação entre neurônios, promovendo um melhor funcionamento cerebral com o envelhecimento.
Os pesquisadores destacam que a inclusão de exercícios aeróbicos na rotina pode ter um papel essencial na prevenção e no retardamento da progressão do Alzheimer.
A equipe agora busca confirmar esses efeitos em humanos e aprofundar os estudos sobre terapias complementares. Além da atividade física, os cientistas pretendem investigar medicamentos que atuam no metabolismo do ferro e na redução da morte celular, abrindo novas possibilidades no tratamento da doença.