No início desta semana, o Jornal Nacional apresentou os dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas, em parceria com o Centro de Vigilância Sanitária. De acordo com os dados levantados, os usuários de cigarros eletrônicos, mais conhecidos como vape e pod, têm seis vezes mais nicotina no sangue do que a acumulada durante décadas por fumantes do cigarro convencional. A pesquisa avaliou a saúde dos jovens do estado de São Paulo.
A comercialização e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009. No entanto, essa proibição não barra a entrada ilegal desses produtos no Brasil, sendo fácil encontrá-los em tabacarias e passando de mão em mão entre jovens em bares, boates e eventos.
Por ter cheiro e sabor agradável e formato discreto, o cigarro eletrônico tem conquistado cada vez mais usuários, que tragam os “puffs” sem sequer perceberem o que estão fazendo, conforme relatam diversos fumantes. A quantidade de nicotina no organismo de quem usa vapes e pods com frequência é superior àquela de quem fuma um maço de cigarro convencional por dia há cerca de 25 anos.
Os dados são alarmantes e mostram o que médicos já percebiam em seus consultórios: o cigarro eletrônico é um vício ainda mais difícil de abandonar, uma vez que é capaz de gerar dependência em um curto prazo.